No cenário político global, diferentes correntes ideológicas definem o rumo das esferas públicas de cada nação e moldam suas economias, políticas sociais e culturais. O espectro que vai da ‘extrema-esquerda’ à ‘extrema-direita’ revela abordagens diversas para o enfrentamento dos desafios contemporâneos. A definição do que sejam as posições de ‘esquerda’ e ‘direita’, assim como de suas variações se ancora em interpretações idealizadas do papel do indivíduo e do Estado na vida comum dos indivíduos e envolve juízos de valor diversos sobre dimensões culturais e religiosas, que se forjaram na esfera pública planetária desde a Revolução Francesa. Apresenta uma forte dimensão psicologista, na medida em que admite interseções entre as diversas segmentações de interpretação da realidade que a classificação estabelece. Ao mesmo tempo carece de refutabilidade inequívoca, que é tratada quando da aplicação de testes sobre preferências políticas. A seguir, arriscamos estabelecer os limites gerais dessas correntes e oferecemos exemplos de lideranças e partidos tanto no Brasil quanto no exterior para cada um dos recortes políticos.
1. Extrema-Esquerda: defende mudanças radicais ou revolucionárias, como a abolição do capitalismo, e apoia intervenções amplas do Estado na economia.
Brasil
- Partidos: Partido Comunista Brasileiro (PCB), Partido da Causa Operária (PCO)
- Lideranças: Rui Costa Pimenta (PCO), Mauro Iasi (PCB)
Internacional
- Partidos: Podemos (Espanha), Partido Comunista de Cuba, Syriza (Grécia, em sua fase mais radical)
- Lideranças: Nicolás Maduro (Venezuela, apesar de sua liderança ser contestada em termos ideológicos), Pablo Iglesias (ex-líder do Podemos, Espanha)
Fundamentos: Defende mudanças radicais na estrutura social e econômica, com base em ideais revolucionários e anticapitalistas. Os movimentos da extrema-esquerda podem propor a abolição da propriedade privada dos meios de produção, defendendo a coletivização, autogestão e, em casos extremos, o fim do Estado. O comunismo e o anarquismo são exemplos de ideologias associadas à extrema-esquerda. combate à exploração econômica.
Objetivos: Igualdade total e eliminação das classes sociais, com foco na justiça social e no combate à exploração econômica.
2. Esquerda: propõe reformas sociais e econômicas significativas, com foco em justiça social, redistribuição de renda e ampliação dos direitos trabalhistas e sociais.
Brasil
- Partidos: Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Partido dos Trabalhadores (PT)
- Lideranças: Guilherme Boulos (PSOL), Lula (PT)
Internacional
- Partidos: La France Insoumise (França), Labour Party (Reino Unido, sob Jeremy Corbyn), Partido Democrático dos Trabalhadores (Coreia do Sul)
- Lideranças: Jean-Luc Mélenchon (França), Jeremy Corbyn (ex-líder do Labour, Reino Unido), Pedro Castillo (Peru)
Fundamentos: Busca promover uma maior igualdade social e econômica dentro de um sistema capitalista ou socialista reformado. Defende políticas de redistribuição de renda, maior presença do Estado na economia, ampliação de direitos trabalhistas, educação e saúde pública universal.
Objetivos: Reduzir as desigualdades por meio de reformas graduais, garantir justiça social e proteger minorias. Social-democracia e socialismo democrático são correntes comuns na esquerda.
3. Centro-Esquerda: defende reformas sociais moderadas, com foco na equidade e no fortalecimento do Estado de bem-estar social, mas sem uma ruptura total com o capitalismo.
Brasil
- Partidos: Partido Democrático Trabalhista (PDT), Partido Verde (PV), Rede Sustentabilidade.
- Lideranças: Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede Sustentabilidade).
Internacional
- Partidos: Partido Socialista Francês, Partido Social Democrata Alemão (SPD), Partido Democrata (EUA, sob lideranças como Bernie Sanders ou Elizabeth Warren).
Fundamentos: Concilia ideias progressistas com um pragmatismo que evita mudanças bruscas. Foca na necessidade de um Estado de bem-estar social forte, com políticas que promovam justiça social, mas sem romper drasticamente com as bases capitalistas.
Objetivos: Defender a igualdade de oportunidades e políticas inclusivas, equilibrando o papel do mercado com a regulação estatal. Apoia reformas econômicas e sociais moderadas.
4. Centro: busca o equilíbrio entre políticas de mercado e a atuação do Estado, com foco no pragmatismo e na busca por consenso, evitando extremos de ambos os lados.
Brasil
- Partidos: Movimento Democrático Brasileiro (MDB), Partido Social Democrático (PSD), Cidadania.
- Lideranças: Simone Tebet (MDB), Gilberto Kassab (PSD), Rodrigo Maia (Cidadania).
Internacional
- Partidos: La République En Marche! (França), Partido Democrático (Itália), Partido Liberal (Canadá).
- Lideranças: Emmanuel Macron (França), Justin Trudeau (Canadá), Matteo Renzi (Itália).
Fundamentos: Adota uma posição de equilíbrio entre intervenções estatais e o livre mercado, buscando um meio-termo entre mudanças sociais e conservadorismo. Valoriza a estabilidade e o pragmatismo nas políticas públicas, com foco na busca de consenso.
Objetivos: Manter um equilíbrio entre liberdade individual e justiça social, com políticas que promovam tanto o crescimento econômico quanto a proteção social. Tende a apoiar políticas moderadas de ambos os lados do espectro.
5. Centro-Direita: inclinada ao livre mercado e à redução do papel do Estado na economia, mas mantém postura moderada em relação a políticas sociais e culturais.
Brasil
- Partidos: Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), União Brasil.
- Lideranças: Eduardo Leite (PSDB), João Doria (PSDB), Luciano Bivar (União Brasil).
Internacional
- Partidos: Partido Conservador (Reino Unido), Partido Popular (Espanha), CDU (Alemanha).
- Lideranças: Rishi Sunak (Reino Unido), Alberto Núñez Feijóo (Espanha), Angela Merkel (exlíder da CDU, Alemanha).
Fundamentos: Valoriza o mercado livre como motor do progresso econômico, defendendo a redução da intervenção estatal na economia e uma maior ênfase na responsabilidade individual. Apoia, no entanto, um Estado regulador em certas áreas e reformas graduais.
Objetivos: Promover o crescimento econômico por meio do livre mercado, defendendo o empreendedorismo, a propriedade privada e a competitividade, mas com sensibilidade para algumas questões sociais e econômicas.
6. Direita: defende economia de mercado com menos regulamentação, menos impostos e menor intervenção estatal, além de valorizar tradições culturais e conservadoras.
Brasil
- Partidos: Partido Liberal (PL), Progressistas (PP)
- Lideranças: Jair Bolsonaro (PL), Arthur Lira (PP).
Internacional
- Partido: Partido Republicano (EUA), Liga Norte (Itália), Partido Nacional (Austrália)
- Lideranças: Donald Trump (EUA), Matteo Salvini (Itália), Scott Morrison (Austrália)
Fundamentos: Prioriza o mercado livre e a preservação de valores tradicionais. Defende uma menor intervenção do Estado na economia, acreditando que o mercado deve ser o principal regulador das relações sociais e econômicas. Em termos culturais, costuma valorizar a tradição, a família e o nacionalismo.
Objetivos: Promover a liberdade econômica, com menos impostos e regulamentações, protegendo valores tradicionais e, em alguns casos, adotando uma postura conservadora em questões sociais e culturais.
7. Extrema-Direita: marcada pelo nacionalismo exacerbado, autoritarismo, oposição à imigração, e, em alguns casos, práticas ou discursos racistas e xenofóbicos.
Brasil
- Grupos/Partidos: Alguns movimentos de apoio mais radical a Jair Bolsonaro e correntes dentro do Partido Liberal (PL) associadas ao bolsonarismo mais radical.
- Lideranças: Algumas lideranças associadas ao discurso de extrema-direita incluem figuras como Eduardo Bolsonaro e Olavo de Carvalho (influência ideológica).
Internacional
- Partidos: Alternativa para a Alemanha (AfD), Chega (Portugal), Vox (Espanha)
- Lideranças: Marine Le Pen (França, ex-líder da Frente Nacional), Santiago Abascal (Vox, Espanha), Geert Wilders (Holanda)
Fundamentos: Defende ideias ultraconservadoras e nacionalistas, muitas vezes com elementos autoritários. É fortemente contra a imigração, globalização e costuma exaltar a identidade nacional ou étnica. A extrema-direita pode também pregar a rejeição da democracia liberal, propondo medidas antidemocráticas ou totalitárias.
Objetivos: Restabelecer uma ordem social “tradicional”, com foco em identidade nacional, poder centralizado e, em alguns casos, exclusão de grupos minoritários ou oponentes políticos.
Fonte: OpenAI, Fundamentos das correntes políticas de direita, centro-direita, centro, centro-esquerda, esquerda e extrema-esquerda, out/2024, exemplos de lideranças, partidos e grupos políticos na atualidade no mundo, com destaque para o Brasil, e anotações próprias.