Extrema-direita, Ultradireita ou Direita Alternativa?

A política de ‘extrema-direita’ é a política mais à direita do espectro esquerda-direita do que a política padrão de direita. Ela envolve termos de nacionalismo extremo, ideologias nativistas e tendências autoritárias. A expressão é utilizada para descrever as experiências históricas do fascismo e do nazismo. Na atualidade, inclui o neofascismo, o neonazismo, a Terceira Posição, a alt-right (Alternative Right) ou direita alternativa, o nacionalismo branco, o libertarianismo de direita e outras ideologias ou organizações que apresentam visões ultranacionalistas, chauvinistas, xenófobas, teocráticas, racistas, homofóbicas, anticomunistas ou reacionárias, islamofóbicas. Essas correntes politicas frequentemente defendem valores, orientados para a opressão, violência, assimilação forçada, limpeza étnica e até mesmo genocídio contra grupos de pessoas com base em sua suposta inferioridade ou sua ameaça para o grupo étnico nativo, ou mesmo para a nação, estado, religião nacional, cultura dominante ou instituições sociais tradicionais ultraconservadoras.

Alt-right é libertarianismo são posições bem características da direita, que vêm disputando protagonismo e ganhando adesões, embora possam ser melhor classificados como correntes no campo da ultradireita, com vieses de extrema-direita. O Alt-right constitui uma abreviação de ‘Direita Alternativ’a. Engloba movimentos e grupos políticos de direita, com atuação principalmente nas redes sociais nos EUA. Seus membros rejeitam a política conservadora convencional e defendem crenças e políticas extremistas tipicamente centradas em ideias de nacionalismo branco. De acordo com o Webster Dictionary, o termo constitui um rótulo que mistura supremacistas brancos, nacionalistas que acham que os conservadores se venderam à globalização e nativistas que temem que a imigração estimule a desordem civil. Consideram uma ‘honra’ serem chamados de “racistas”, “homofóbicos” e “sexistsa”. É uma coalizão extensa de conservadores reacionários que fazem lobby para tornar os EUA mais “tradicionais”, mais “populistas” e “mais brancos”.

Os Libertários rejeitam instituições cujas intervenções representam coerção desnecessária dos indivíduos e a anulação da sua liberdade econômica. Os Libertários de direita consideram o Estado como a principal ameaça à liberdade. O anti-estatismo do libertarianismo se distingue das doutrinas anarquistas, pois se baseia em um individualismo intransigente, que não tem como perspectiva a sociabilidade ou cooperação humana. Os minarquistas defendem o Estado mínimo, com apenas as funções de governo necessário para salvaguardar os direitos naturais, entendidos em termos de autopropriedade ou autonomia.

Desde o século passado, o pensamento radical de direita apresenta combinações em grau variado de seus fundamentos: exclusivismo (racismo, xenofobia, etnocentrismo ou etnopluralismo); traços antidemocráticos e não individualistas (culto à personalidade, hierarquismo, monismo, populismo, antipartidarismo, visão organicista do estado); valores tradicionalistas lamentando o desaparecimento histórico de referências diversas (lei e ordem, família, comunidade e nação étnica, linguística e religiosa); e programa socioeconômico (corporativismo, controle estatal de certos setores, agrarianismo e grau variável de crença no livre jogo das forças de mercado). Em um esforço interpretativo para se graduar o extremismo de posições, surgiu o termo ‘ultradireita’. Os ultradireitistas, a princípio, protagonizariam a defesa de valores extremados, mas com respeito à manutenção da ordem, ao contrário dos extremistas. Porém, muitas vezes, as expressões extrema-direita (extreme right) e ultradireita (far right) são usadas de forma intercambiável, mas elas têm nuances e diferenças dependendo do contexto político. A seguir, exploramos algumas dessas distinções.

Fundamentos: A extrema-direita é caracterizada por posturas ultraconservadoras e reacionárias, defendendo a preservação de tradições e uma ordem social rígida. Ela é crítica das democracias liberais e pode advogar por medidas autoritárias para garantir “ordem” e segurança.

Ideologias: Em muitos casos, a extrema-direita inclui movimentos nacionalistas radicais, xenófobos, racistas, e até neofascistas. Ideias como a supremacia étnica ou racial, antiglobalismo, rejeição a imigração, e autoritarismo podem estar presentes.

Objetivos: Busca a centralização do poder, restrição de liberdades individuais em nome da ordem social e uma forte ênfase em um nacionalismo exclusivista. Ela costuma ter um discurso contra minorias, diversidade, e direitos civis, apelando à violência ou a medidas repressivas contra oponentes políticos.

Fundamentos: A ultradireita pode ser vista como uma forma ainda mais radical ou intransigente da direita, levando certas ideias conservadoras ao extremo, mas sem necessariamente adotar práticas abertamente autoritárias ou violentas como algumas vertentes da extrema-direita. A ultradireita pode se manifestar em democracias como uma oposição ferrenha a qualquer tipo de intervenção estatal ou políticas progressistas, defendendo um neoliberalismo extremo, com ênfase no mercado livre, na propriedade privada, e na redução do papel do Estado.

Ideologias: Embora algumas vertentes da ultradireita possam abraçar ideais extremistas, como o nacionalismo radical, nem sempre estão ligadas diretamente ao autoritarismo ou ao fascismo. Alguns movimentos ultradireitistas podem estar mais focados em questões econômicas (neoliberalismo exacerbado) e na oposição a políticas sociais, sem necessariamente envolver a violência ou a total rejeição da democracia.

Objetivos: A ultradireita pode apoiar políticas neoliberais radicais, reduzir drasticamente o papel do Estado, privatizar setores inteiros da economia, combater qualquer tipo de regulamentação ambiental ou social, e se opor a políticas de imigração ou multiculturalismo, mas sem sempre recorrer à repressão ou ao discurso abertamente violento.

Grau de Autoritarismo: A extrema-direita frequentemente defende regimes autoritários ou ditaduras, rejeitando diretamente o pluralismo democrático e podendo adotar práticas violentas e repressivas. A ultradireita, embora também conservadora e nacionalista, pode funcionar dentro de uma democracia, sem sempre defender abertamente o autoritarismo ou a violência.

Ênfase Ideológica: Enquanto a extrema-direita pode priorizar aspectos étnicos, raciais e nacionalistas, a ultradireita tende a enfatizar mais a economia de mercado, com um foco em reduzir o papel do Estado, defender o liberalismo econômico extremo e um capitalismo radical.

Discurso e Ação: A extrema-direita pode adotar um discurso mais agressivo, com ações violentas ou repressivas contra oponentes. Já a ultradireita pode se manifestar de forma menos explícita, promovendo mudanças radicais nas políticas públicas sem, necessariamente, recorrer à violência.

Ambas representam posições radicais no espectro da direita política, mas a extrema-direita costuma ser mais autoritária e nacionalista, enquanto a ultradireita pode ser vista como uma vertente ultraliberal no campo econômico, com posturas menos violentas, porém ainda muito conservadoras.

Fonte: Far or Extreme Right (https://www.populismstudies.org/Vocabulary/far-or-extreme-right/), Lidertarianismo de Direita ( https://pt.wikipedia.org/wiki/Libertarianismo_de_direita)