Situação financeira do Governo Zema se beneficia da liminar que suspendeu a dívida no Governo Pimentel

O ex-Governador Fernando Pimentel concedeu entrevista à Rádio Super FM. Ele fala do início de sua gestão em 2015, quando identificou um déficit de R$ 7,2 bilhões reviu o orçamento do Estado. Para ver a entrevista, acesse o link.

Rodrigo (Rádio Super): Eu queria falar um pouco do cenário local. Queria saber como é que o senhor avalia a gestão do seu sucessor, o atual Governador Romeu Zema. Inclusive, o Governador sempre que vai se referir ao tempo do Senhor como Governador, ele faz críticas sempre muito pesadas e fala que encontrou um Estado muito bagunçado, uma situação muito difícil, muito complicada. Como é que o senhor tem avaliado a gestão de Romeu Zema até aqui e essas declarações por exemplo?

Fernando Pimentel: Vamos começar do final. Vamos começar de forma tranquila. Eu tenho aqui uma matéria de 2015. Eu dei uma entrevista em 6/04/2015, uma entrevista coletiva e o título dessa matéria era “Auditoria mostra rombo de 7 bilhões em Minas Gerais”. Eu tinha assumido o governo em janeiro de 2015 e já, em abril, depois do pente fino que foi feito nas contas do Estado, nós convocamos uma coletiva e eu apresentei o rombo do Estado herdado dos governos anteriores, que era naquela ocasião de R$ 7,2 bilhões no orçamento. Eu refiz, portanto, a proposta orçamentária. Mandei para Assembleia Legislativa e, assim, nós começamos o governo. Engraçado que, nessa entrevista, eu vou reproduzir a frase que está aqui no jornal. Vocês podem procurar, inclusive o jornal O Tempo deu também essa matéria. A frase é minha daquela época. Abre aspas: “não é procurar culpados nem jogar pedra no passado, mas corrigir o que tem que ser feito. A situação do Estado é crítica. É grave, decorrente de uma ausência clara de gestão. Os exemplos são abundantes.” Pronto! O que que eu quero dizer com isso? Eu encontrei o Estado nessa situação. Fiz a crítica necessária naquele momento e, depois, fui governar. O que eu acho que o atual Governador fez não foi isso. Ele simplesmente não governou. Ele se limita a criticar o meu governo toda vez que ele tem oportunidade e não apresenta nenhuma solução.

Fernando Pimentel: O estado hoje está em situação melhor do que eu encontrei e graças ao nosso trabalho, o trabalho do nosso mandato. As pessoas, às vezes, não sabem disso. O governo atual tem um certo equilíbrio das contas, porque não está pagando as prestações da dívida que o Estado tem com a União. Por que ele não está pagando? Porque, no final do meu governo, eu consegui uma liminar no Supremo Tribunal Federal. É essa liminar que permite que o atual Governador não pague as prestações, o que lhe dá uma economia, segundo o Secretário da Fazenda dele. Está aqui a entrevista do Secretário. Dá uma economia de R$ 9 bilhões por ano. É isso que está equilibrando as contas do Estado. Sem essa liminar, ele não teria feito a gestão que faz, dizendo que colocou os salários sem parcelamento et cetera. Então, a verdade nunca foi dita ao povo de Minas Gerais dessa forma. Precisava ser dito. Ele se limita a criticar, jogar pedras no passado, coisa que eu não fiz na minha época. Evitei fazer, porque eu acho que não é tarefa de Governador estar olhando para trás e, sim, construir o presente, construir o futuro, apontar para os caminhos. Eu acho que ele não fez isso.

Fernando Pimentel: A situação do Estado é, do ponto de vista financeiro, boa. Do ponto de vista gerencial péssima. Está aí os servidores públicos desrespeitados por esse governo! As estradas abandonadas! Eu tenho circulado pelo Estado. Tenho visto a calamidade que está a nossa rede rodoviária estadual. Os sindicatos, os movimentos sociais não atendidos! É um governo que não tem capacidade de diálogo, que se quer dialoga com a Assembleia Legislativa, coisa que não ocorria no nosso Governo. Então, acho que é um retrocesso muito grande. O Governador atual tem se esmerado em apresentar números favoráveis e resultados de gestão péssimos. É só perguntar para os servidores públicos da área de segurança se eles estão satisfeitos com a gestão atual.