Jorge Nahas, hoje médico, que dirigiu a Federação de Hospitais de Minas Gerais-FHEMIG durante a Administração Fernando Pimentel (2015-2018), está lançando o livro A Cruz de Malta nas Montanhas de Minas – A Aventura Esquecida de Henrique Lage na Serra do Gandarela pela Editora Autografia. Jorge é um intelectual com rica trajetória em Minas Gerais. Integrou, durante o período da Ditadura Miliar, o Comando de Libertação Nacional – COLINA. Começou a militância na Faculdade de Medicina da UFMG. Antes, integrava a Organização Revolucionária Marxista de Política Operária – POLOP. Foi preso em uma casa no Bairro São Geraldo, em Belo Horizonte-MG, em 1969, juntamente com outros sete militantes.
Jorge Nahas, médico, mineiro de Rio Acima, está lançando o livro A Cruz de Malta nas Montanhas de Minas – A Aventura Esquecida de Henrique Lage na Serra do Gandarela pela Editora Autografia. Jorge é um intelectual com rica trajetória em Minas Gerais. Integrou, durante o período da Ditadura Militar, o Comando de Libertação Nacional – COLINA. Começou a militância na Faculdade de Medicina da UFMG. Antes, integrava a Organização Revolucionária Marxista de Política Operária – POLOP. Foi preso em uma casa no Bairro São Geraldo, em Belo Horizonte-MG, em 1969, juntamente com outros sete militantes.
Um ano e meio após de sua prisão, fez parte do grupo de militantes que foi libertado em troca da liberação do embaixador alemão Ehrenfried Anton Theodor Ludwig Von Holleben, sequestrado por militantes das organizações Ação Libertadora Nacional – ALN e Vanguarda Popular Revolucionária – VPR, em 11 de junho de 1970. Foi para a Argélia com sua mulher, Maria José Nahas, também do COLINA e presa na queda do aparelho em BH. Formou-se em Medicina em Cuba, voltando ao Brasil, em 1979, no período da Abertura. Ocupou diversos cargos públicos desde então. Coordenou o Hospital João XXIII durante vários anos. Foi Secretário Municipal de Políticas Sociais de Belo Horizonte. Mais recentemente, dirigiu a Federação de Hospitais de Minas Gerais-FHEMIG durante a Administração Fernando Pimentel (2015-2018)
Jorge, a partir da vida em sua cidade natal, Rio Acima, onde ainda mora, resgatou uma história perdida do desenvolvimento de Minas e do Brasil. Provocado pelo incômodo gerado pela imagem da Cruz de Malta no alto de uma velha construção na cidade, escavou detalhes importantes da mineração e da siderurgia no ínicio do século XX, protagonizado pelo Engenheiro Henrique Lage.
Em 15.04.1919, Henrique Lage e alguns sócios compraram a velha Companhia Exploradora do Gandarela – registrada em Ouro Preto em 1890 -, transferindo sua sede para o Rio de Janeiro e fundando a nova “Companhia de Mineração e Siderurgia do Gandarela”. A empresa adquirida havia encomendado, em 1891, ao engenheiro João Pandiá Calógeras, então recém-egresso da Escola de Minas de Ouro Preto, o “Relatório dos Trabalhos Feitos na Fazenda do Gandarela e anteprojeto de instalação de uma Usina Siderúrgica neste lugar”, elaborado junto com Arthur Guimarães e que trazia uma carta de Claude-Henri Gorceix, primeiro diretor da Escola de Minas de Ouro Preto. Como explica Nahas “Henrique sonhava fabricar, com o carvão mineral de suas minas de Santa Catarina e o minério do Gandarela, o ferro e o aço que necessitava, a princípio para construir seus próprios navios e, depois, para suprir as necessidades de um país que iniciava seu processo de industrialização e que importava quase tudo, desde pontes de ferro para suas incipientes ferrovias até telhas, madeira e o prosaico sal”.
Henrique Lage foi empresário de destaque no início do século XX. Foi o principal idealizador do Porto de Imbituba, o segundo maior porto do estado de Santa Catarina. Em 1920, recuperou a antiga propriedade da família na cidade do Rio de Janeiro e a remodelou, com projeto do arquiteto italiano Mario Vodret. Situada aos pés do Morro do Corcovado, ela viria a ser vendida devido a problemas financeiros, vindo a ser tombada em 1957 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, tornando-se mais tarde no conhecido Parque Lage. Fundou a Companhia Docas de Imbituba em 1922. Criou, em 1935, a Companhia Nacional de Navegação Aérea, primeira fábrica de aviões no Brasil. Em 1934, elegeu-se deputado federal pelo Distrito Federal na legenda do Partido Autonomista e exerceu o mandato de maio de 1935 a novembro de 1937, quando ocorreu o golpe, que deu início ao Estado Novo. Após sua morte em 1942, o Presidente Getúlio Vargas promulgou decreto-lei incorporando ao patrimônio da União o complexo industrial e os bens particulares de Henrique Laje. Seus herdeiros lutaram nos anos seguintes pela indenização com praticamente nenhum sucesso.
Veja a seguir entrevista com Jorge Nahas sobre sua pesquisa que resultou no livro A Cruz de Malta nas Montanhas de Minas.