Em 2020, PT Nacional chegou ao seu pior resultado eleitoral municipal

Preparo de urnas eletrônicas

A crise política que se instalou no país a partir da reeleição da Presidente Dilma em 2014 atingiu fortemente o desempenho eleitoral do Partido dos Trabalhadores – PT nos municípios. O número de prefeituras governadas pelo PT despencou vertiginosamente a partir de 2016, conforme mostram as tabelas abaixo.

O PT já vinha, desde 2005, sendo minado pelo seu envolvimento no escândalo do Mensalão, aprofundado pelas investigações da Operação Lava Jato a partir de 2012. Nas eleições de 2014, o então candidato a presidente derrotado Aécio Neves (PSDB), ao questionar sem provas a segurança das urnas eletrônicas, deflagrou um processo político, que iria culminar com o impeachment da Presidente Dilma em 31 de agosto de 2016, antevéspera das eleições municipais naquele ano. Além disso, o ambiente de perseguição ao ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, por meio de um sórdido lawfare, contribuiu para deteriorar a imagem dos governos petistas.

Assim, realizadas sob a conjuntura do impeachment e da ameaça à prisão do ex-Presidente Lula, o PT enfrentou uma grande derrota nas eleições municipais de 2016. O partido deixou de eleger 354 prefeitos em comparação ao resultado alcançado em 2012. Esse desempenho significou perder mais da metade das 638 prefeituras conquistadas no pleito anterior.

Em 2016, o maior crescimento eleitoral foi registrado pelo Partido da Social Democracia Brasileira – PSDB com a conquista de 104 novas prefeituras (19,6% a mais), que buscava se apresentar, naquele momento, enquanto alternativa política de centro. O Partido Comunista do Brasil – PC do B também teve desempenho vigoroso, passando a administrar 81 municípios, 27 ou 55% a mais do que no pleito anterior, certamente apresentando-se como legenda alternativa no campo popular.

Em 2020, o desempenho do Partido dos Trabalhadores continuou em declínio, impulsionada pela onda da ultradireita vitoriosa em 2018. Mesmo com o retorno de Lula à cena política com sua libertação em nov/19, o partido perdeu 71 prefeituras em relação a 2016. Passou a administrar 183 municípios, número equivalente a cerca de 45% das prefeituras conquistadas no primeiro mandato Lula.

Nas eleições de 2020, o grande derrotado foi o PSDB, que viu sua imagem derreter com a denúncia em abr/20 de que Aécio Neves havia praticado corrupção passiva e lavagem de dinheiro e denúncias contra Geraldo Alckmin e José Serra. O partido passou a administrar menos 268 prefeituras em relação a 2016. Por sua vez, os partidos de direita como o Democratas – DEM, que veio a se fundir em 2022 com o Partido Social Liberal – PSL (partido pelo qual Jair Bolsonaro se elegeu em 2018), tornando-se União Brasil – União, Partido Progressista – PP, Partido Social Democrático – PSD, Republicanos, Partido Liberal – PL (atual partido de Bolsonaro) e o PSL, registraram um expressivo crescimento eleitoral, acumulando 762 novas prefeituras frente a 2016. DEM e PP lideraram essa conquista com a eleição, respectivamente, de 207 e 206 novos prefeitos.

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